Antes de analisarmos as previsões para outubro de 2024, é importante entender a diferença entre clima e tempo. O clima refere-se ao comportamento médio da atmosfera em uma região ao longo de um período de 30 anos ou mais. Já o tempo refere-se às condições atmosféricas de curto prazo, como a previsão de chuva ou sol para os próximos dias. Assim, quando falamos de previsões para outubro, estamos discutindo o tempo, ou seja, as condições esperadas para esse mês.
O mês de outubro de 2024 trará desafios climáticos para o Brasil, com calor extremo e chuvas irregulares. A possibilidade de desenvolvimento de La Niña adiciona complexidade ao cenário, exigindo atenção redobrada do setor agrícola e das autoridades ambientais. O monitoramento constante das condições meteorológicas será essencial para mitigar os efeitos das secas e do calor intenso em diversas regiões do país.
Calor extremo e chuvas irregulares em outubro de 2024

O mês de outubro de 2024 promete ser marcado por uma combinação de calor extremo e chuvas distribuídas de maneira irregular no Brasil. Este é um período de transição para o país, com o início da estação chuvosa em algumas regiões e a manutenção de altas temperaturas em outras. As chuvas devem retornar ao Sudeste e Centro-Oeste, embora de forma ainda irregular, enquanto o calor extremo continuará predominando em grande parte do território.
Regiões beneficiadas e afetadas pela chuva
Algumas áreas do Centro-Oeste e Sudeste que passaram meses sem chuvas devem finalmente receber precipitações. No entanto, essas chuvas serão irregulares e concentradas em tempestades isoladas, ocorrendo principalmente durante as tardes e noites. O Sul do Brasil será uma das regiões mais beneficiadas, com volumes de chuva mais significativos e consistentes. Em contraste, o Norte e parte do Nordeste continuarão enfrentando condições de seca, com chuvas abaixo da média.
Previsão para as regiões do Brasil em outubro
Centro-Oeste
O Centro-Oeste continuará sendo uma das regiões mais quentes do país, especialmente no estado de Mato Grosso, onde cidades como Cuiabá podem registrar máximas superiores a 40°C. Apesar do retorno das chuvas em algumas áreas, a previsão é de precipitações abaixo da média histórica, o que pode prolongar a seca e afetar a qualidade do ar, principalmente em Goiás e no Distrito Federal.
Sul
O Sul será a região com melhor distribuição de chuvas. Com a chegada de frentes frias, estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem registrar volumes de precipitação acima da média, o que ajudará a recuperar os reservatórios e impulsionar as atividades agrícolas.
Sudeste
No Sudeste, as chuvas começarão a ser mais constantes, mas ainda irregulares. Em São Paulo, espera-se que as precipitações totalizem cerca de 127 mm durante o mês, com alternância entre dias de calor intenso e pancadas de chuva, típicas do início da estação chuvosa.
Norte e Nordeste
O Norte e o Nordeste continuarão enfrentando seca prolongada, com temperaturas elevadas e precipitações muito abaixo da média histórica. A previsão é de volumes entre 20 mm e 80 mm ao longo do mês, um cenário que pode agravar a situação agrícola e aumentar o risco de incêndios.
A influência do fenômeno La Niña
Embora o Oceano Pacífico esteja atualmente em fase de neutralidade climática, há indícios de que o fenômeno La Niña possa se desenvolver nas próximas semanas. A La Niña está associada ao resfriamento das águas do Pacífico e, quando ocorre, pode alterar os padrões de precipitação no Brasil. Tradicionalmente, o fenômeno provoca secas mais severas no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, enquanto o Sul e o Sudeste podem registrar chuvas acima da média.
No cenário de 2024, mesmo com a possibilidade de La Niña, a previsão é que o calor e a irregularidade das chuvas continuem afetando o país. Isso pode agravar ainda mais a seca, elevando o risco de queimadas em várias regiões, especialmente no Norte.
Impactos climáticos na agricultura e no meio ambiente
A irregularidade das chuvas no Centro-Oeste e Sudeste pode atrasar o início da safra de verão, principalmente para culturas como soja e milho. No Norte e Nordeste, a seca persistente poderá prejudicar ainda mais as lavouras e pastagens, além de aumentar os riscos de incêndios florestais.
A qualidade do ar
Outro fator de preocupação é a qualidade do ar. Com a combinação de altas temperaturas e baixa umidade, o risco de queimadas e a disseminação de poluentes no ar aumentam, o que pode resultar em alertas de saúde, especialmente nas grandes cidades que já enfrentam problemas com poluição atmosférica.