O abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) é um recurso essencial para milhões de trabalhadores brasileiros de baixa renda, tanto do setor privado quanto do setor público. Em 2025, a proposta de antecipar o pagamento do abono para 24 milhões de trabalhadores surge como uma solução esperada em meio à crise econômica e à alta da inflação.
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Mudanças no calendário PIS-Pasep: impacto nas famílias brasileiras

Nos últimos anos, o calendário de pagamentos do PIS-Pasep passou por várias mudanças, em parte devido à crise econômica e à pandemia. Uma das principais alterações ocorreu em 2021, quando os recursos do PIS-Pasep foram redirecionados para o Benefício Emergencial (BEm), o que resultou em um atraso de dois anos no pagamento do abono salarial.
Essa mudança teve um impacto direto no orçamento de muitos trabalhadores, que contavam com o abono para equilibrar suas finanças. Agora, a possibilidade de antecipar o PIS-Pasep em 2025 oferece uma nova esperança.
Proposta do TCU: alívio para as famílias ou desafio fiscal?
O Tribunal de Contas da União (TCU) propôs a antecipação dos pagamentos do PIS-Pasep como uma forma de aliviar as dificuldades financeiras dos trabalhadores. A medida visa acelerar o acesso ao benefício, oferecendo uma renda extra em um período de instabilidade econômica.
Contudo, essa antecipação tem um custo significativo. A estimativa é que a medida custe R$ 30 bilhões aos cofres públicos, o que poderia afetar o orçamento do governo e limitar investimentos essenciais em áreas como saúde e educação. Esse dilema gera debates sobre a viabilidade financeira da proposta, que busca equilibrar o alívio para as famílias com a necessidade de manter as contas públicas em ordem.
Requisitos para receber o PIS-Pasep em 2025
Para que os trabalhadores tenham direito ao abono em 2025, é necessário que cumpram alguns critérios específicos. Entre os requisitos estão:
- Estar inscrito no PIS-Pasep há pelo menos cinco anos;
- Ter trabalhado com carteira assinada por pelo menos 30 dias em 2023;
- Ter uma renda mensal média de até dois salários mínimos no ano de referência;
- Manter os dados atualizados e com coerência na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) ou no eSocial.
Essas regras garantem que apenas os trabalhadores de baixa renda tenham acesso ao abono, tanto no setor privado (PIS) quanto no setor público (Pasep).
Impacto econômico da antecipação
Além do benefício direto para os trabalhadores, a antecipação do PIS-Pasep pode ter um efeito positivo na economia. Com mais dinheiro em circulação, setores como comércio e indústria tendem a se beneficiar, aumentando o consumo e estimulando a criação de empregos.
Com o aumento previsto no salário mínimo em 2025 para R$ 1.509, o valor do abono salarial também será reajustado, o que oferece uma diferença significativa no orçamento das famílias que dependem desse recurso.
Desafios orçamentários e controvérsias
Apesar das vantagens, a antecipação do PIS-Pasep em 2025 traz desafios para o governo, especialmente no que diz respeito ao impacto fiscal. O governo precisa encontrar um equilíbrio entre o apoio aos trabalhadores e a preservação dos investimentos em outras áreas prioritárias. O custo de R$ 30 bilhões levanta questões sobre a viabilidade da medida, principalmente em um contexto de ajuste fiscal.
O governo Lula está avaliando cuidadosamente os efeitos dessa antecipação, buscando uma solução que não prejudique áreas essenciais como saúde e educação, mas que também alivie as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores.
Como os trabalhadores podem se informar sobre o abono?
Os trabalhadores podem consultar sua elegibilidade para o abono salarial por meio de ferramentas como o portal Gov.br e o aplicativo Carteira de Trabalho Digital (Android, iOS). É fundamental que os dados estejam atualizados na RAIS ou no eSocial, pois qualquer erro pode comprometer o recebimento do benefício.
Conclusão: antecipar o PIS-Pasep é viável?
A antecipação do PIS-Pasep tem o potencial de gerar benefícios significativos, tanto para os trabalhadores quanto para a economia. No entanto, o governo enfrenta o desafio de equilibrar essa medida com suas demais prioridades fiscais. A discussão sobre o impacto orçamentário continua, mas muitos defendem que essa antecipação é crucial para aliviar a pressão financeira sobre milhões de brasileiros em tempos de inflação e crise econômica.