Nos últimos dias, uma nova polêmica tem movimentado debates no campo trabalhista e econômico: a possível extinção do saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). O fim dessa modalidade tem sido amplamente discutido, com diversas empresas de diferentes setores se manifestando a favor dessa medida. Elas alegam que o saque-aniversário é prejudicial à economia e, a longo prazo, impacta negativamente os próprios trabalhadores. Mas quais são os reais motivos por trás dessa pressão? E como isso pode afetar diretamente o bolso dos trabalhadores brasileiros?
Leia mais: Ano novo com salário mínimo reajustado: veja quanto os brasileiros devem receber em 2025
Entenda o saque-aniversário do FGTS

O saque-aniversário foi criado em 2019 com o objetivo de permitir que o trabalhador tenha acesso a uma parcela de seu FGTS todos os anos, no mês de seu aniversário. Com essa modalidade, é possível sacar uma parte do saldo disponível, o que pode ajudar no pagamento de dívidas, pequenos investimentos ou até mesmo consumo imediato. No entanto, ao optar pelo saque-aniversário, o trabalhador perde o direito de retirar o valor integral do FGTS em caso de demissão sem justa causa, o que se tornou um dos pontos centrais das críticas.
Motivos para o fim do saque-aniversário
Empresas e setores econômicos que pressionam pelo fim do saque-aniversário apresentam alguns argumentos-chave. De acordo com eles, essa modalidade impacta negativamente a poupança nacional, os investimentos e até mesmo a economia como um todo. Confira os principais motivos levantados:
Diminuição da poupança
Um dos principais argumentos contra o saque-aniversário é que ele reduz o montante disponível no FGTS, que foi originalmente criado para servir como uma reserva de emergência para o trabalhador. A retirada anual de parte desse valor compromete o saldo disponível para ser utilizado em momentos de maior necessidade, como na compra de um imóvel, em casos de doenças graves ou na aposentadoria.
Aumento do endividamento
Embora a modalidade permita que os trabalhadores usem parte do saldo para quitar dívidas, algumas empresas e especialistas afirmam que o saque-aniversário pode, na verdade, incentivar o aumento do endividamento. Isso ocorre porque muitos trabalhadores utilizam o saque para pagar uma dívida existente, mas acabam contraindo novas obrigações financeiras em seguida, entrando em um ciclo vicioso de dívidas.
Menor investimento
Outro impacto apontado é a redução no número de investimentos em imóveis e bens de consumo duráveis. Com menos dinheiro disponível no FGTS, os trabalhadores acabam deixando de investir em bens de longo prazo, como a compra de uma casa própria, o que afeta diretamente o setor imobiliário e outros setores que dependem de grandes investimentos por parte da população.
Vantagens do fim do saque-aniversário
Por outro lado, defensores do fim dessa modalidade destacam algumas vantagens significativas que podem ser observadas a partir de sua extinção. Confira os principais benefícios apontados:
Fortalecimento da poupança
Com o fim do saque-aniversário, o FGTS voltaria a se tornar uma reserva de valor mais robusta, disponível para ser utilizada em situações de real necessidade. Isso garantiria uma maior segurança financeira para os trabalhadores no longo prazo, especialmente em casos de demissão sem justa causa ou aposentadoria.
Incentivo ao investimento
Com mais recursos disponíveis no FGTS, a expectativa é que os trabalhadores possam investir de forma mais consistente em imóveis, fundos de investimento e outros ativos financeiros. Isso aumentaria a rentabilidade dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, fortaleceria a economia como um todo.
Estabilização econômica
A extinção do saque-aniversário também poderia resultar em maior disponibilidade de recursos no FGTS, que poderiam ser direcionados para financiar projetos de infraestrutura, gerando empregos e estimulando o crescimento econômico. A utilização desses recursos para o desenvolvimento de grandes projetos seria um passo importante para impulsionar a economia em diferentes setores.
Impactos no bolso do trabalhador
Caso o saque-aniversário seja extinto, o trabalhador voltaria a ter acesso ao saldo total do FGTS apenas em situações específicas, como a demissão sem justa causa. Isso traria mais segurança em momentos de instabilidade no mercado de trabalho, permitindo que o trabalhador tenha um maior suporte financeiro em situações de necessidade.
Além disso, a extinção do saque-aniversário poderia estimular o uso de linhas de crédito consignado com juros mais baixos, já que o saldo total do FGTS serviria como uma garantia para esses empréstimos, oferecendo melhores condições para o trabalhador.
Considerações finais
O futuro do saque-aniversário ainda é incerto, mas a pressão das empresas e o debate sobre os impactos dessa modalidade continuam a crescer. Enquanto uns argumentam que o saque-aniversário compromete a poupança e a economia, outros apontam que ele oferece uma maior flexibilidade financeira para os trabalhadores. Resta agora aguardar os próximos capítulos dessa discussão e como o governo vai se posicionar em relação ao tema, considerando o impacto tanto no mercado quanto no dia a dia dos trabalhadores.