A partir de 21 de outubro, a Caixa Econômica Federal irá diminuir o valor financiável da casa própria, afetando diretamente quem busca adquirir imóveis no Brasil. Como responsável por cerca de 70% do crédito imobiliário no país, o banco estatal anunciou que as mudanças impactarão tanto a tabela SAC quanto a tabela Price, aplicando-se a imóveis residenciais, comerciais e lotes urbanizados.
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O que muda no financiamento imobiliário da Caixa?

As alterações valerão para contratos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e cobrirão diferentes modalidades de financiamento, como TR, poupança, IPCA e taxa fixa. A mudança também afeta financiamentos para construção individual.
Financiamento pela tabela SAC
Na tabela SAC (Sistema de Amortização Constante), em que as prestações têm valores decrescentes, o limite de financiamento será reduzido de 80% para 70% do valor do imóvel. Por exemplo, se o imóvel custa R$ 1 milhão, o comprador precisará pagar, no mínimo, R$ 300 mil à vista, em vez dos R$ 200 mil anteriormente exigidos.
Financiamento pela tabela Price
Já na tabela Price, onde as parcelas têm valores fixos, o financiamento caiu de 70% para 50% do valor do imóvel. Assim, o comprador, que antes precisava pagar R$ 300 mil à vista para financiar um imóvel de R$ 1 milhão, agora terá que desembolsar metade desse valor no ato da compra.
Por que a Caixa está mudando as condições de financiamento?
A mudança acompanha o aumento da taxa Selic, que subiu de 10,5% para 10,75% ao ano em setembro, influenciando o custo de captação de recursos dos bancos. Com o encarecimento do crédito, os bancos precisam ajustar suas condições de financiamento, elevando os juros para os clientes.
Especialistas do setor imobiliário afirmam que os bancos privados já estão aumentando as taxas de juros, o que, na prática, reduz o poder de compra dos clientes, uma vez que uma parte maior das prestações passa a ser destinada ao pagamento de juros.
O posicionamento da Caixa Econômica
Em nota, a Caixa confirmou as mudanças e afirmou que a demanda por financiamentos imobiliários em 2024 superou as expectativas, pressionando o orçamento disponível. Segundo o banco, até setembro deste ano, foram concedidos R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, um crescimento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023.
A instituição ainda declarou que está estudando novas medidas para atender à demanda crescente por financiamentos habitacionais, visando ajustar suas projeções e políticas de crédito.
O que esperar para o futuro do crédito imobiliário?
Com a expectativa de que a Selic suba ainda mais, atingindo 12% no início de 2025, o cenário de crédito imobiliário tende a se tornar mais restritivo. Para quem planeja financiar a compra de um imóvel, a recomendação é se antecipar às mudanças, fazendo simulações e ajustando o orçamento para lidar com as novas condições de financiamento.