O retorno do horário de verão no Brasil está próximo de uma decisão final. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o governo deve definir até a próxima semana se a medida, que adianta os relógios em uma hora, será retomada ainda em 2024. A ideia de economizar energia é central nesse debate, mas a decisão dependerá de análises criteriosas sobre o impacto no sistema energético do país.
Leia mais: Empresas pressionam pelo fim do saque-aniversário do FGTS
O que está em jogo?

O horário de verão foi criado em 1931 como uma estratégia para reduzir o consumo de energia elétrica nos meses mais quentes, aproveitando melhor a luz solar. Ao longo das décadas, o país viveu diferentes momentos de adoção e suspensão da medida. Em 2019, a prática foi interrompida, após estudos indicarem que a economia gerada não justificava mais a mudança no horário. No entanto, a situação hídrica e as oscilações no setor energético reacenderam o debate.
Silveira comentou que a decisão será tomada com base em uma avaliação técnica detalhada. “Se for imprescindível, será implementado”, afirmou o ministro. Caso contrário, a adoção do horário de verão poderá ser postergada para o próximo ano.
O cenário atual da energia no Brasil
A situação hídrica do Brasil vem sendo motivo de preocupação, principalmente devido às secas que afetam os níveis dos reservatórios, aumentando o uso de termelétricas e as bandeiras tarifárias. A pressão sobre o sistema energético é grande, e o governo analisa medidas que possam aliviar o consumo de energia.
A adoção do horário de verão poderia ajudar a reduzir o consumo durante o fim do ano, um período em que o uso de eletricidade cresce, especialmente por conta do calor intenso e do aumento no uso de ar-condicionado.
Impacto da seca e bandeiras tarifárias
A crise hídrica forçou o aumento da utilização de usinas termelétricas, o que eleva o custo da energia e, consequentemente, o valor das bandeiras tarifárias. O ministro destacou que a seca está sendo um fator decisivo na análise sobre o retorno do horário de verão. “Estamos no limite”, afirmou Silveira, ressaltando que a decisão precisa ser tomada de forma rápida para que o governo possa reagir ao cenário energético.
Eleições municipais e o horário de verão
Além das questões energéticas, a política também entrou em cena no debate. O presidente Lula havia sugerido que a retomada do horário de verão poderia ser adiada para após as eleições municipais, atendendo a uma solicitação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ministra do TSE, Cármen Lúcia, alertou para as complicações que a mudança de horário poderia gerar durante o processo eleitoral.
Essa intersecção entre política e gestão energética adiciona mais um elemento de complexidade à decisão do governo.
A opinião pública sobre o horário de verão
Historicamente, o horário de verão divide opiniões. Enquanto muitos veem a medida como uma forma de aproveitar mais a luz do dia e reduzir gastos com energia, outros reclamam da confusão causada pela mudança nos relógios, especialmente no ajuste da rotina.
No lado econômico, setores como o comércio e o turismo costumam apoiar a medida, pois ela incentiva as pessoas a saírem de casa e aproveitarem o fim do dia para consumir e realizar atividades. Em regiões turísticas, o horário de verão pode representar um impulso econômico.
Decisão final está próxima
Com a decisão prevista para a próxima semana, o governo precisa avaliar com cuidado as consequências de reintegrar o horário de verão. A análise leva em consideração não só a questão energética, mas também o impacto político e econômico da medida.
Independentemente do resultado, a discussão sobre o horário de verão continuará sendo tema de debate no Brasil, principalmente em um cenário onde as mudanças climáticas e a gestão de recursos hídricos se tornaram desafios centrais para o país.
Considerações finais
A iminente decisão sobre o retorno do horário de verão em 2024 é cercada de incertezas. O governo está analisando profundamente o impacto que a medida pode ter tanto no sistema energético quanto no cenário político. A sociedade, por sua vez, aguarda ansiosamente o veredito, que poderá alterar a rotina de milhões de brasileiros.
O próximo passo será crucial para definir como o país se adaptará aos desafios energéticos dos próximos meses, com um olho no futuro e outro na gestão sustentável dos recursos naturais.