No dia 30 de agosto de 2024, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) publicou uma nova portaria que altera as regras para a prorrogação do auxílio-doença. Essa mudança impacta diretamente os segurados que dependem desse benefício, especialmente no que diz respeito à limitação das prorrogações automáticas.
As novas regras buscam tornar o processo de concessão mais eficiente, assegurando que os recursos sejam utilizados de forma justa e adequada. Porém, para muitos beneficiários, essas alterações podem trazer desafios, especialmente para aqueles que precisam de suporte contínuo. A seguir, explicamos detalhadamente como essas novas diretrizes afetam os segurados do auxílio-doença.
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Mudanças na prorrogação do auxílio-doença

Limitação de prorrogações automáticas
Uma das principais mudanças trazidas pela nova portaria do INSS é a limitação no número de prorrogações automáticas do auxílio-doença. De acordo com as novas diretrizes, se o tempo de espera para a avaliação médico-pericial for superior a 30 dias, o benefício poderá ser prorrogado por até 30 dias, mas essa prorrogação poderá ser solicitada apenas duas vezes sem a necessidade de uma nova perícia.
Após a segunda prorrogação, o segurado será obrigado a passar por uma nova avaliação médica, independentemente do tempo de espera para a realização da perícia. Ou seja, mesmo que o agendamento da perícia esteja atrasado, o beneficiário terá que se submeter a uma nova avaliação para continuar recebendo o auxílio.
Regras para prorrogações em perícias com espera menor que 30 dias
Nos casos em que o tempo de espera para a perícia seja inferior a 30 dias, o auxílio-doença será prorrogado automaticamente até a data de cessação prevista. Nessa data, deverá ser realizada uma nova avaliação médica para verificar a continuidade do benefício.
Essa limitação tem como objetivo garantir que a condição de saúde do segurado seja reavaliada periodicamente, evitando a concessão prolongada de benefícios para casos que não justifiquem mais o pagamento.
Impactos das novas regras para segurados
As novas regras para a prorrogação do auxílio-doença trazem implicações importantes para os segurados, especialmente para aqueles que enfrentam condições de saúde prolongadas. A limitação das prorrogações automáticas pode representar uma redução no tempo total de recebimento do benefício, caso o segurado não consiga passar pelas perícias a tempo.
Aumento da frequência de perícias
A necessidade de novas avaliações médicas após duas prorrogações automáticas significa que os beneficiários terão que se submeter a mais perícias ao longo do tempo. Isso pode aumentar a demanda por consultas médicas, exames e documentação que comprovem a continuidade da incapacidade para o trabalho.
Essa exigência pode ser desgastante para aqueles que já enfrentam dificuldades devido às suas condições de saúde, além de sobrecarregar ainda mais o sistema de perícias do INSS, que frequentemente lida com atrasos nos agendamentos.
Retorno ao trabalho sem nova perícia
Por outro lado, uma mudança que pode ser vista de maneira positiva é a possibilidade de o segurado solicitar a cessação do benefício por conta própria, caso se sinta apto a retornar ao trabalho. Com essa medida, o beneficiário pode retomar suas atividades profissionais sem a necessidade de uma nova avaliação médica, simplificando o processo.
Essa nova regra traz mais autonomia para o segurado, permitindo que ele tenha mais controle sobre o momento em que deseja retornar ao mercado de trabalho. No entanto, é fundamental que essa decisão seja tomada com cautela, para garantir que o retorno ao trabalho não comprometa a recuperação da saúde.
Orientações para os beneficiários do auxílio-doença
Diante das mudanças anunciadas pelo INSS, é essencial que os beneficiários do auxílio-doença estejam atentos às novas regras e adotem medidas preventivas para evitar problemas no processo de prorrogação ou cessação do benefício.
Acompanhe o tempo de espera para a perícia
Para quem depende do auxílio-doença, é fundamental monitorar o tempo de espera para a perícia médica. Caso o tempo de espera ultrapasse 30 dias, o segurado terá direito a até duas prorrogações automáticas, mas após isso, será necessário passar por uma nova avaliação médica.
Mantenha um acompanhamento médico regular
Manter um acompanhamento médico contínuo é crucial para garantir que o segurado tenha toda a documentação necessária para comprovar sua incapacidade para o trabalho durante as perícias. Além disso, o monitoramento médico regular ajuda o segurado a tomar decisões informadas sobre seu estado de saúde, incluindo o momento adequado para retornar ao trabalho.
Solicitação de cessação do benefício
Se o segurado se sentir recuperado e apto a voltar ao mercado de trabalho, pode solicitar a cessação do benefício de forma voluntária, sem passar por uma nova perícia. Para isso, é importante que o beneficiário formalize o pedido junto ao INSS, garantindo que a transição para o retorno ao trabalho seja feita corretamente e sem pendências.
Entre em contato com o INSS para tirar dúvidas
Se houver dúvidas sobre como essas novas regras podem afetar o seu caso específico, é recomendável que o beneficiário entre em contato diretamente com o INSS para obter orientações detalhadas e esclarecer todas as questões relacionadas ao seu benefício.
Considerações finais
A nova portaria do INSS, que estabelece limites para a prorrogação do auxílio-doença, traz mudanças significativas para os beneficiários desse importante auxílio. O objetivo do INSS é tornar o processo de concessão e prorrogação dos benefícios mais eficiente, garantindo que os recursos sejam distribuídos de maneira justa e adequada.
No entanto, para muitos segurados, essas mudanças podem apresentar desafios, especialmente para aqueles que lidam com condições de saúde prolongadas. A limitação das prorrogações automáticas e a necessidade de mais perícias podem exigir mais esforço dos beneficiários.
Por outro lado, a possibilidade de retorno ao trabalho sem a necessidade de uma nova perícia é uma medida que traz mais flexibilidade e agilidade para quem já se sente apto a retomar suas atividades profissionais.
Diante dessas mudanças, é crucial que os segurados do auxílio-doença se mantenham informados e sigam as orientações necessárias para garantir que seus direitos sejam preservados e que o processo de recebimento do benefício ocorra de forma tranquila e eficaz.
Imagem: SERGIO V S RANGEL / Shutterstock