As recentes alterações nas regras de aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) prometem transformar o sistema previdenciário brasileiro, impactando diretamente milhões de trabalhadores. A nova legislação de 2024, que já está em vigor, modificou principalmente a idade mínima para a aposentadoria e introduziu novas alternativas para quem já possui tempo de contribuição suficiente. A expectativa é que essas mudanças permitam que muitos trabalhadores se aposentem mais cedo, dependendo da sua categoria profissional e condições de trabalho.
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Entenda sobre o fim da idade mínima para aposentadoria

Uma das mudanças mais expressivas trazidas pela nova lei é a extinção da idade mínima para trabalhadores que já tenham completado o tempo necessário de contribuição. Antes, além de cumprir o tempo de contribuição, o trabalhador também precisava atingir uma idade mínima para poder solicitar a aposentadoria. Agora, homens que contribuíram por 35 anos e mulheres por 30 anos podem se aposentar sem a exigência de idade mínima. Essa mudança favorece aqueles que ingressaram no mercado de trabalho mais cedo, mas que, até então, precisavam aguardar para atingir a idade mínima.
Regra de transição: combinando tempo de contribuição e idade
Para os trabalhadores que já estavam no mercado antes da reforma previdenciária de 2019, foi criada uma regra de transição. Nessa modalidade, a aposentadoria é concedida por meio de uma fórmula de pontos, que soma a idade e o tempo de contribuição. Para homens, a soma deve atingir 101 pontos, enquanto, para mulheres, o total necessário é de 91 pontos. Essa fórmula busca garantir que quem já estava próximo de se aposentar antes das reformas não seja prejudicado.
Aposentadoria especial para atividades de risco
Outro ponto importante da nova lei é a aposentadoria especial para trabalhadores em atividades de risco, como mineradores e profissionais expostos a agentes químicos perigosos. Para esses trabalhadores, a aposentadoria pode ser solicitada a partir dos 55 anos de idade, desde que o tempo mínimo de contribuição — que varia entre 15 e 25 anos — seja cumprido. Essa modalidade visa garantir mais proteção para quem enfrenta condições de trabalho insalubres ou perigosas.
As principais opções de aposentadoria em 2024
Com a reestruturação do sistema previdenciário, os trabalhadores agora têm diversas opções de aposentadoria, que incluem:
- Aposentadoria por tempo de contribuição: homens com 35 anos de contribuição e mulheres com 30 anos podem se aposentar sem exigência de idade mínima.
- Aposentadoria por idade: mulheres podem se aposentar a partir dos 62 anos e homens a partir dos 65, ambos com no mínimo 15 anos de contribuição.
- Fórmula 86/96: permite aposentadoria sem aplicação do fator previdenciário, com base na soma da idade e do tempo de contribuição.
- Aposentadoria especial: destinada a trabalhadores de atividades de risco, a partir dos 55 anos.
Impactos econômicos e sociais
Essas mudanças nas regras de aposentadoria trarão impactos significativos tanto para os trabalhadores quanto para o sistema previdenciário. A possibilidade de se aposentar mais cedo permitirá a muitos trabalhadores uma maior flexibilidade financeira e planejamento de vida. No entanto, essa antecipação também representa um desafio para a sustentabilidade a longo prazo do sistema de aposentadoria, o que exigirá do governo uma gestão cuidadosa dos recursos do INSS.
Como solicitar a aposentadoria com as novas regras
A solicitação da aposentadoria pode ser feita no site ou aplicativo (Android, iOS) Meu INSS, e os passos principais incluem:
- Organizar a documentação: ter em mãos RG, CPF, carteira de trabalho e comprovantes de contribuição.
- Calcular o tempo de contribuição: simuladores online podem auxiliar no cálculo do tempo e valor da aposentadoria.
- Solicitar pelo portal Meu INSS: o trabalhador pode realizar o processo de forma totalmente online.
As mudanças na aposentadoria de 2024 trazem maior flexibilidade e possibilidades para os trabalhadores brasileiros. Com a nova legislação, o sistema previdenciário passa a se adaptar melhor às realidades do mercado de trabalho, garantindo maior inclusão e benefícios mais justos.