O Governo Federal anunciou propostas para mudanças significativas no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Uma das principais alterações seria o fim do saque-aniversário, um benefício que permite aos trabalhadores retirar uma parte do saldo do FGTS anualmente. Em troca, o governo está focando em facilitar o acesso ao crédito consignado, ampliando as opções para trabalhadores do setor privado.
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Fim do saque-aniversário: entenda o que muda

O saque-aniversário, modalidade que permitia aos trabalhadores sacar uma porcentagem do FGTS a cada ano, pode estar com os dias contados. A proposta visa acabar com essa modalidade e direcionar os esforços para outras opções financeiras. No entanto, essa mudança gerou discussões entre especialistas e trabalhadores, já que muitos dependem do saque para aliviar dívidas ou realizar investimentos pessoais.
Benefícios do saque-aniversário
O saque-aniversário, desde sua implementação, proporcionou flexibilidade financeira para muitos brasileiros. Ele permitia que os trabalhadores tivessem acesso a uma parte de seus recursos do FGTS sem precisar esperar por demissão ou outras circunstâncias previstas por lei.
Com o fim dessa opção, o saldo total do FGTS só poderá ser movimentado nas condições tradicionais, como demissão sem justa causa ou compra de imóvel. Isso pode reduzir a liquidez disponível para emergências e gastos pessoais.
Crédito consignado com novas regras
A outra grande mudança proposta pelo governo é a ampliação do acesso ao crédito consignado para trabalhadores do setor privado. O objetivo é facilitar a contratação de empréstimos com juros mais baixos e condições de pagamento mais favoráveis, similar às oferecidas para servidores públicos e aposentados.
Aumento da margem de comprometimento
Com essa proposta, os trabalhadores poderão comprometer até 35% de sua renda com crédito consignado, o que pode aliviar o acesso a empréstimos, mas também elevar o risco de endividamento. Isso inclui a possibilidade de utilizar a multa rescisória de 40% do FGTS como garantia para o pagamento desses empréstimos.
Portabilidade do crédito
Uma das novidades mais relevantes é a possibilidade de portabilidade do crédito consignado. Caso o trabalhador seja demitido, o saldo da dívida poderá ser transferido para um novo emprego, com correção monetária e juros. Isso dá maior flexibilidade para quem muda de emprego durante o período de quitação do empréstimo.
Impactos das mudanças no FGTS e crédito consignado
Essas propostas geram expectativas e questionamentos sobre os reais impactos para os trabalhadores com carteira assinada. A seguir, destacamos os principais pontos:
Mais acesso ao crédito
A ampliação do crédito consignado oferece mais acesso a linhas de crédito com juros baixos e condições favoráveis, tornando-se uma opção atrativa para quem precisa de empréstimo sem pagar taxas abusivas.
Menos recursos no FGTS
Com o fim do saque-aniversário, o saldo do FGTS dos trabalhadores tende a ficar intacto por mais tempo, o que, por um lado, é positivo para financiar projetos habitacionais e de infraestrutura. No entanto, o trabalhador perde a possibilidade de usar parte desse dinheiro para suas necessidades pessoais.
Maior endividamento
A facilidade de acesso ao crédito consignado pode levar ao aumento do endividamento, especialmente para trabalhadores que comprometerem grande parte de suas rendas com essas operações. A ampliação da margem de 35% é vista com cautela por economistas, que alertam para o risco de inadimplência.
Conclusão
As mudanças propostas pelo governo, que incluem o fim do saque-aniversário do FGTS e a ampliação do crédito consignado, estão gerando debates entre especialistas e trabalhadores. Por um lado, as novas regras prometem facilitar o acesso ao crédito e reduzir as taxas de juros. Por outro, o fim do saque-aniversário pode impactar o planejamento financeiro de muitos brasileiros. O governo aposta na melhoria da economia, mas os trabalhadores devem ficar atentos às novas regras e seus efeitos no bolso.