O recente desdobramento judicial envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) trouxe mudanças significativas para aposentados e pensionistas que esperavam solicitar o empréstimo consignado sem período de carência. A decisão anterior, que permitia o crédito imediato, foi derrubada pelo desembargador Flávio Jardim, restabelecendo a carência de 90 dias. Com isso, todos os beneficiários voltam a ter um prazo antes de acessar essa linha de crédito, uma medida que afeta milhões de brasileiros.
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A nova decisão judicial sobre o consignado do INSS

O período de carência do empréstimo consignado, voltado para aposentados e pensionistas do INSS, havia sido revogado, permitindo que o crédito fosse acessado assim que o segurado recebesse seu benefício. A mudança visava facilitar o acesso a crédito para pessoas que dependem dessa assistência, mas foi suspensa pela Justiça, que acolheu argumentos apresentados pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC). Segundo a associação, a ausência de carência poderia criar um monopólio temporário, beneficiando apenas o banco vencedor do leilão para concessão de crédito.
Entenda o impacto da carência de 90 dias
A carência de três meses para a solicitação do empréstimo consignado assegura aos aposentados e pensionistas um período antes de se comprometerem com uma dívida. Essa regra foi projetada para proteger o público, permitindo-lhes avaliar melhor as condições antes de aderir a um contrato de crédito. Para muitos, o acesso imediato parecia vantajoso, mas a decisão judicial levou em conta a necessidade de equilíbrio no mercado, evitando que apenas uma instituição bancária tivesse exclusividade inicial sobre o crédito.
O papel da ABBC e o argumento de monopólio
A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) apresentou a demanda de revisão judicial, defendendo que a carência zero traria um monopólio temporário e afetaria a concorrência bancária. Isso porque, durante os primeiros três meses, somente o banco vencedor da licitação poderia oferecer o empréstimo aos segurados do INSS. A ABBC argumentou que essa condição limitaria a liberdade de escolha dos consumidores e poderia prejudicar a oferta de melhores condições e taxas pelos demais bancos.
Leilão do INSS e as novas regras para os bancos
No dia 22 de outubro, o INSS deu início ao pregão para selecionar as instituições bancárias responsáveis pelo pagamento dos benefícios para o ciclo de 2025 a 2029. Diferente de um leilão comum, o pregão envolve uma série de requisitos para a escolha dos bancos, como ampla presença de agências, disponibilidade de caixas eletrônicos, e, sobretudo, a garantia de isenção de tarifas para os segurados. Com isso, o INSS busca oferecer opções acessíveis, mas deixa de fora bancos digitais, que, apesar de populares, não atendem a todos esses requisitos.
Requisitos da licitação para bancos
Os bancos que desejam participar da licitação precisam cumprir uma série de exigências para garantir que oferecem suporte adequado aos beneficiários. Entre os critérios mais importantes, destaca-se a presença de uma rede física ampla, como agências e caixas eletrônicos em regiões variadas. Além disso, os bancos selecionados não poderão cobrar tarifas dos aposentados e pensionistas, protegendo o poder de compra dos beneficiários.
Esse processo de licitação visa assegurar que o pagamento das aposentadorias e pensões do INSS seja realizado de forma eficiente, com custos reduzidos e ampla acessibilidade.
Mudança nas condições de empréstimo para os segurados do INSS
A decisão judicial significa que, para os aposentados e pensionistas, o pedido de empréstimo consignado agora respeita o prazo de carência de três meses. Isso permite que os beneficiários possam solicitar o crédito em qualquer instituição financeira, após o período estabelecido, ampliando a concorrência entre os bancos e, potencialmente, melhorando as condições de crédito.
Opinião de especialistas sobre a carência no consignado
Segundo especialistas do setor financeiro, a carência de 90 dias representa uma medida cautelosa para evitar endividamento precipitado entre aposentados e pensionistas. Ao garantir um intervalo, permite que os segurados considerem as ofertas do mercado e escolham a opção mais viável para suas necessidades. Além disso, a medida protege os beneficiários da pressão de endividamento no momento inicial da aposentadoria ou pensão.
Impacto da decisão judicial e os próximos passos do INSS
A decisão do desembargador Flávio Jardim trouxe novamente o período de carência para o empréstimo consignado do INSS, afetando diretamente os aposentados e pensionistas. Com a continuidade do prazo de 90 dias, a expectativa é que o mercado bancário se ajuste para oferecer condições atrativas aos segurados após o período de carência. A licitação para escolher os bancos responsáveis pelo pagamento do benefício também reflete a busca por um serviço acessível e gratuito para os segurados.
Os próximos meses serão cruciais para acompanhar o impacto dessa mudança no acesso ao crédito consignado, enquanto o INSS e as instituições bancárias se organizam em torno das novas diretrizes.