O fim do ano se aproxima, e com ele, a chegada do tão esperado décimo terceiro salário para milhões de brasileiros. Esse dinheiro extra, muitas vezes fundamental para aliviar o orçamento, pode ser usado de várias maneiras. Enquanto alguns optam por quitar dívidas, outros enxergam essa oportunidade como o início de um investimento para o futuro. Mas como escolher a melhor opção? Vamos analisar as possibilidades, considerando o cenário econômico atual e as recomendações de especialistas financeiros.
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A importância do planejamento financeiro
Para muitos brasileiros, o décimo terceiro é uma chance única de reestruturar as finanças. De acordo com pesquisas recentes, cerca de 43% dos brasileiros pretendem utilizar essa renda extra para quitar dívidas, uma medida importante diante da alta inflação e do custo de vida elevado. Planejar a melhor forma de usar esse recurso é essencial para quem quer alcançar uma saúde financeira sólida, seja para reduzir o endividamento ou para começar a investir.
Quando o pagamento de dívidas deve ser prioridade?

O pagamento de dívidas é, para a maioria dos consultores financeiros, a primeira escolha a ser considerada. Afinal, estar com as contas em dia é o passo inicial para uma vida financeira mais tranquila. Isso não significa apenas pagar o que está atrasado, mas também renegociar dívidas, aproveitando feirões e descontos que costumam ser oferecidos nesta época do ano. Abaixo, veja algumas estratégias para priorizar o pagamento de dívidas:
Dívidas com altos juros: o primeiro alvo
Caso o orçamento esteja comprometido com dívidas, o décimo terceiro salário pode ser a solução ideal para liquidar as pendências. Cartão de crédito e cheque especial estão entre as dívidas com as maiores taxas de juros, e devem ser as primeiras a serem pagas. Caso não sejam quitadas, essas dívidas tendem a crescer de forma acelerada, comprometendo o orçamento e gerando um efeito “bola de neve”.
Renegociar e quitar débitos menores
Além das dívidas de juros altos, é interessante usar essa renda extra para regularizar outros débitos, como empréstimos pessoais ou prestações atrasadas. Neste período, muitas instituições oferecem condições especiais, como a isenção de juros ou desconto em multas, facilitando a quitação de pendências. Os bancos, por exemplo, realizam mutirões para renegociação de dívidas, o que pode ser uma oportunidade para quem busca colocar as contas em dia.
É hora de investir?
Para aqueles que já estão com as finanças em ordem, o décimo terceiro pode ser o ponto de partida para iniciar um investimento. Investir é uma maneira estratégica de construir uma reserva financeira e se preparar para situações futuras. Mesmo que o valor não seja muito alto, o mais importante é criar o hábito de investir e ver o dinheiro rendendo ao longo do tempo.
Primeiros passos no mundo dos investimentos
Existem diversas opções de investimento disponíveis, muitas delas acessíveis a partir de pequenos valores, como R$ 50,00. Para quem busca segurança e liquidez, o Tesouro Selic e a poupança são opções populares e de baixo risco. Em contrapartida, investimentos como ações e fundos de investimentos exigem um pouco mais de conhecimento, mas podem oferecer rendimentos maiores a longo prazo.
Construção de uma reserva de emergência
Para quem deseja formar uma reserva de emergência, é recomendável escolher aplicações de baixo risco e que permitam acesso rápido ao dinheiro, como o Tesouro Direto Selic ou Certificados de Depósito Bancário (CDB) com liquidez diária. Especialistas recomendam que essa reserva equivalha a pelo menos seis meses de despesas mensais, o que pode trazer segurança em caso de imprevistos.
Dividir para conquistar: uma abordagem equilibrada
Para quem deseja quitar dívidas e ainda investir, uma estratégia mista pode ser a solução ideal. Dividir o décimo terceiro salário entre o pagamento de dívidas e investimentos permite que o beneficiário cuide das finanças atuais enquanto constrói um futuro mais estável. Abaixo, uma sugestão prática de como dividir o valor do décimo terceiro:
- 50% para pagamento de dívidas: priorize dívidas com juros altos, garantindo um alívio imediato no orçamento.
- 30% para investimento: comece a construir uma reserva de emergência ou invista em aplicações que estejam alinhadas com seus objetivos.
- 20% para gastos de fim de ano: destine uma parte para as celebrações ou outras necessidades, evitando o descontrole financeiro durante o período festivo.
Essa divisão pode ser ajustada conforme as necessidades e prioridades de cada um, mas o importante é que o uso do décimo terceiro seja planejado.
Dicas para evitar novos endividamentos
Mesmo utilizando o décimo terceiro para quitar dívidas ou investir, adotar práticas preventivas é fundamental para evitar o retorno do endividamento. Abaixo, veja algumas dicas para evitar cair novamente em dívidas:
- Controle financeiro: mantenha um registro de todas as despesas e receitas para ter uma visão clara do orçamento.
- Evite compras por impulso: principalmente durante o período de festas, o consumo tende a aumentar. Ter autocontrole é essencial.
- Poupe regularmente: crie o hábito de guardar uma quantia, mesmo que pequena, para construir uma reserva financeira.
- Educação financeira: busque aprender mais sobre planejamento financeiro e investimentos para tomar decisões mais assertivas.
Essas práticas ajudam a garantir que o décimo terceiro seja utilizado de forma consciente, possibilitando um planejamento financeiro de longo prazo.
O cenário econômico e os desafios para o futuro
A economia brasileira ainda enfrenta um cenário desafiador, com altas taxas de inflação e juros que afetam o poder de compra da população. Nesse contexto, é essencial que os consumidores tenham cautela ao lidar com as finanças. O décimo terceiro, embora importante, pode não ser suficiente para cobrir todas as necessidades ou investimentos, mas seu uso estratégico pode fazer a diferença no equilíbrio financeiro.
Preparação para despesas de início de ano
Além de quitar dívidas ou investir, outra recomendação é usar parte do décimo terceiro para se preparar para os gastos do início do ano, como IPTU, IPVA e material escolar. Essas despesas são comuns nos primeiros meses e, para muitas famílias, podem representar uma pressão financeira. Ao se preparar desde já, o impacto financeiro em janeiro e fevereiro será menor.
Considerações finais
O décimo terceiro salário é uma oportunidade valiosa para quem busca organizar as finanças, quitar dívidas ou começar a investir. A decisão de como usar esse recurso extra depende das necessidades e objetivos de cada um. Para aqueles que estão endividados, o pagamento de dívidas deve ser prioridade, especialmente as de juros altos. Já para quem está com as contas em dia, investir é a melhor forma de garantir um futuro financeiro mais seguro. O importante é que, independentemente da escolha, o décimo terceiro seja usado de maneira estratégica, permitindo um início de ano mais tranquilo e planejado.