A agropecuária nacional fechou o ano de 2024 com resultados históricos na produção de ovos e no abate de bovinos, frangos e suínos. O setor demonstrou forte desempenho tanto no mercado interno quanto no externo, impulsionado pelo aumento da demanda e pela recuperação econômica do país.
Levantamento recente apontou que o Brasil superou números registrados em anos anteriores, reforçando sua posição como um dos principais produtores e exportadores globais de carne e ovos.
Leia mais: Alimentos mais baratos? Veja as medidas do governo para reduzir preços
Expansão no abate de bovinos marca novo recorde

O Brasil registrou um volume expressivo de bovinos abatidos em 2024, totalizando 39,27 milhões de cabeças, um crescimento de 15,2% em relação ao ano anterior. Esse foi o maior número registrado desde 2013.
O aumento significativo do abate foi impulsionado pelo maior número de fêmeas enviadas ao frigorífico, totalizando 16,9 milhões de cabeças, um acréscimo de 19% em relação a 2023. Esse movimento está relacionado à fase de baixa do ciclo pecuário, que teve início em 2022.
Entre os estados que mais contribuíram para o volume total de abates, o Mato Grosso se destacou, representando 18,1% do total nacional, seguido por Goiás e São Paulo, ambos com 10,2% de participação.
Exportação de carne bovina cresce com demanda internacional
O cenário econômico favorável, com aumento do emprego e da renda, elevou o consumo interno de carne bovina em 2024. Além disso, a demanda global pela proteína brasileira também cresceu significativamente, fortalecendo ainda mais o setor.
O Brasil manteve sua posição como um dos principais exportadores de carne bovina do mundo, beneficiado pelo alto padrão sanitário exigido pelos mercados internacionais. No total, 2,55 milhões de toneladas foram exportadas ao longo do ano.
China e Estados Unidos ampliam importações
A China seguiu como principal destino da carne bovina brasileira, respondendo por 52% das exportações, um crescimento de 10,6% em relação ao ano anterior. Já os Estados Unidos quase dobraram suas compras de carne brasileira, atingindo um aumento expressivo de 93,8%.
Países como Emirados Árabes Unidos e Chile também se mantiveram entre os maiores compradores da proteína nacional.
Frango: Brasil mantém liderança mundial na produção
O segmento de frangos também apresentou um desempenho positivo. Em 2024, foram abatidos 6,46 bilhões de aves, um crescimento de 2,7% em relação ao ano anterior.
O país segue como o maior exportador global da proteína, com 35% da produção voltada para o mercado externo. Os principais destinos do frango brasileiro foram China, Emirados Árabes Unidos, Japão e Arábia Saudita.
Destaque para a Região Sul
Os três estados da Região Sul do Brasil concentraram a maior parte do abate de frangos:
- Paraná: 34,2% da produção nacional
- Santa Catarina: 13,8%
- Rio Grande do Sul: 11,4%
Suínos: setor atinge novo patamar

O mercado de carne suína também fechou o ano com recorde. O abate de suínos atingiu 57,86 milhões de cabeças, um crescimento de 1,2% na comparação com 2023. Esse resultado representa um acréscimo de 684 mil suínos em um ano.
A Região Sul liderou a produção de suínos, com destaque para Santa Catarina (29,1%), seguida por Paraná (21,5%) e Rio Grande do Sul (17,1%).
Exportações impulsionam setor
A carne suína brasileira foi altamente demandada no mercado externo. China e Filipinas foram os principais compradores, ambos adquirindo mais de 18% do volume exportado pelo Brasil.
Os custos reduzidos com alimentação animal e a valorização do produto no mercado internacional foram fatores que contribuíram para o bom desempenho do setor.
Ovos de galinha: produção nacional atinge nível inédito
O setor avícola também registrou crescimento expressivo. A produção de ovos de galinha atingiu um novo recorde em 2024, chegando a 4,67 bilhões de dúzias, o que representa um avanço de 10% na comparação com 2023.
Durante o último trimestre do ano, a produção alcançou 1,2 bilhão de dúzias, consolidando-se como o maior volume trimestral já registrado na série histórica iniciada em 1987.
Consumo interno e incubação
Do total produzido, 82,1% foram destinados ao consumo interno, enquanto 17,9% foram utilizados para incubação, reforçando o crescimento da cadeia produtiva.
Desempenho trimestral apresenta variações
Apesar dos números recordes no acumulado do ano, o setor agropecuário registrou uma leve retração no quarto trimestre de 2024, quando comparado ao terceiro trimestre.
- Bovinos: redução de 7,9% no volume de abates
- Frangos: queda de 1,1%
- Suínos: diminuição de 4,6%
Essa desaceleração pode ser explicada por variações sazonais e ajustes estratégicos na produção.
Perspectivas para o setor agropecuário
O recorde na produção agropecuária em 2024 reforça a força do Brasil no cenário global como grande produtor e exportador de carne e ovos. O crescimento contínuo do setor é impulsionado por fatores como investimento em tecnologia, aumento da demanda interna e externa, além da competitividade da agroindústria nacional.
A tendência para os próximos anos é de que a produção continue em alta, com ampliação da exportação e fortalecimento do consumo interno. O desempenho do setor dependerá, no entanto, de fatores como condições climáticas, custos de produção e oscilações no mercado internacional.
Com informações de: Extra