A partir de 31 de março de 2025, os preços de medicamentos no Brasil sofrerão um reajuste de até 5,06%. Essa decisão foi tomada pela Câmara de Regulação de Medicamentos (Cmed) e já está gerando preocupação em diversos setores, principalmente para os consumidores que dependem do uso constante de medicamentos.
Neste artigo, vamos explicar o que você precisa saber sobre esse reajuste, como ele afetará o seu bolso e o que o governo e as farmacêuticas esperam com esse aumento.
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O Que é a Câmara de Regulação de Medicamentos (Cmed)?

A Cmed é uma entidade vinculada ao governo federal que tem como função regular e fiscalizar os preços dos medicamentos no Brasil. Sua principal missão é garantir que os preços sejam justos e que os aumentos não sejam exorbitantes, respeitando as condições econômicas do país. A Cmed é responsável pela definição dos índices de reajuste e pela aplicação de políticas de controle de preços, de modo a equilibrar os custos das indústrias farmacêuticas e o poder aquisitivo dos brasileiros.
Reajuste de 5,06%: O Que Isso Significa?
O percentual de 5,06% é o teto máximo para o aumento dos preços dos medicamentos. Esse limite foi aprovado pela Cmed e está baseado na inflação do IPCA dos últimos 12 meses, além de fatores como os custos de produção, câmbio e tarifas de energia elétrica. Esse aumento, no entanto, não será aplicado de forma uniforme a todos os medicamentos.
Como o Aumento Será Aplicado?
A resolução com a autorização do aumento ainda precisa ser publicada no Diário Oficial da União. Assim, enquanto a Cmed define as regras e autoriza os ajustes, as farmacêuticas e farmácias não poderão aplicar qualquer aumento superior a 5,06% até março de 2026. Algumas farmácias podem optar por repassar o aumento de forma parcelada ao longo do ano, o que pode ajudar na adaptação financeira dos consumidores.
Tipos de Medicamentos Afetados pelo Reajuste
O reajuste de preços afetará a maioria dos medicamentos vendidos no Brasil, ou seja, aqueles cujos preços são regulados pelo governo. No entanto, alguns medicamentos com preços liberados, ou seja, sem regulação, podem não seguir esse aumento. Os medicamentos de marcas populares, os genéricos e aqueles com maior competitividade no mercado tendem a ter um impacto menor no preço final.
Segmentação do Mercado
A Cmed definiu que o impacto do reajuste será distribuído entre três segmentos principais do mercado farmacêutico:
- Mercado Concentrado – Onde poucas empresas dominam o mercado e a concorrência é limitada.
- Mercado Intermediário – Onde existem alguns concorrentes, mas o mercado não é tão competitivo.
- Mercado Mais Concorrencial – Onde há muitas empresas disputando o espaço, o que favorece uma redução no impacto dos aumentos.
A média geral de reajuste deve ser de 3,83%, o que representa o aumento mais baixo desde 2018. Isso é visto como uma tentativa do governo de controlar o impacto dos preços sobre os consumidores, sem distorcer ainda mais o poder aquisitivo da população.
Impactos do Reajuste no Consumo de Medicamentos
O aumento de até 5,06% pode não parecer grande, mas pode ter um impacto significativo no orçamento de quem depende de medicamentos de uso contínuo, como os de tratamento para doenças crônicas, diabetes, hipertensão e outros. A alta nos preços de medicamentos pode aumentar as despesas com saúde, principalmente para as classes sociais mais baixas, que já enfrentam dificuldades com a inflação e aumento de custos em outras áreas.
Como a Inflação Influencia o Reajuste?
O reajuste é determinado com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial da inflação no Brasil. Esse índice reflete as variações no custo de vida da população, incluindo alimentos, energia, transporte e saúde, entre outros. Portanto, a inflação desempenha um papel crucial na definição do percentual de aumento permitido para os medicamentos.
Como as Farmácias e os Fabricantes Irão Repassar o Aumento?
O aumento autorizado pela Cmed pode ser repassado de maneira integral ou parcelada. Ou seja, as farmácias podem optar por aplicar o reajuste de 5,06% de uma vez ou repassar em parcelas ao longo do ano. Isso pode gerar uma sensação de alívio para o consumidor, que poderá se adaptar aos novos preços aos poucos.
Contudo, o governo já adiantou que o teto de 5,06% será válido até março de 2026, e após esse período, uma nova regra será estabelecida, podendo impactar ainda mais o mercado.
O Que o Governo Espera Com o Reajuste?
O governo federal tem como objetivo evitar que os preços dos medicamentos subam de maneira desproporcional à inflação e ao poder de compra da população. A maior preocupação é com a acessibilidade, principalmente para as camadas mais vulneráveis, que podem ter dificuldades em arcar com os custos de medicamentos essenciais.
Com um reajuste mais moderado, o governo espera garantir que as farmácias não passem a onerar ainda mais os consumidores e que o mercado continue a oferecer acesso aos tratamentos necessários sem comprometer o orçamento das famílias.
Qual o Impacto para o Setor Farmacêutico?
Para o setor farmacêutico, a autorização de um reajuste mais baixo representa um desafio, especialmente para as empresas que enfrentam aumentos elevados nos custos de produção, como matéria-prima e energia. O setor, no entanto, também busca garantir a sustentabilidade dos negócios, o que leva a um aumento nas margens de lucro, especialmente para empresas que operam em mercados menos competitivos.
Reajuste de 2024 e o Contexto Econômico
Em 2024, o máximo de reajuste permitido foi de 4,5%, que refletiu exatamente a inflação do IPCA no período. Esse reajuste também foi considerado uma tentativa de evitar que os medicamentos ficassem fora do alcance da maioria da população. Para 2025, o governo continuou com a mesma linha de raciocínio, com um reajuste de 5,06%, um valor que é considerado razoável diante do atual cenário econômico.
Imagem: Nudphon Phuengsuwan / shutterstock.com