Em um movimento estratégico para ampliar o acesso à moradia, o governo federal anunciou a criação de uma nova categoria dentro do programa Minha Casa, Minha Vida. Batizada de “Faixa 4”, essa expansão abre espaço para que famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil possam financiar imóveis de até R$ 500 mil com condições especiais. A medida foi anunciada oficialmente durante o evento “O Brasil dando a volta por cima”, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A iniciativa visa atender a uma parcela da população anteriormente desassistida pelo programa: a classe média. Com juros reduzidos e prazos estendidos, o governo espera alcançar mais de 120 mil famílias nessa nova etapa.
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Financiamentos com condições diferenciadas para a classe média

Com o lançamento da nova faixa, os beneficiários poderão contar com prazo de pagamento de até 420 meses e taxas de juros abaixo das praticadas no mercado, fixadas em 10,50% ao ano. O financiamento será viabilizado por meio de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), principal fonte de financiamento habitacional para famílias de renda média.
Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, essa ampliação é fruto de um esforço contínuo do governo para democratizar o acesso à moradia digna:
“Estamos reforçando o Minha Casa, Minha Vida, para que ele possa atender a mais brasileiros. Agora a classe média também vai ser beneficiada. A gente tem feito um longo trabalho nestes últimos dois anos. São milhares de pessoas realizando o sonho da casa própria. Essa é a determinação do presidente Lula”.
Fundo Social do Pré-Sal vai reforçar orçamento das faixas sociais
Para garantir o equilíbrio financeiro do programa, o Ministério das Cidades informou que o Fundo Social do Pré-Sal passará a compor o orçamento das Faixas 1 e 2, voltadas para famílias de baixa renda. A estratégia busca manter a sustentabilidade do programa sem comprometer os subsídios das camadas mais vulneráveis.
Essa realocação de recursos permite que o governo amplie o alcance do Minha Casa, Minha Vida sem abrir mão da sua missão original: oferecer habitação digna às populações de menor poder aquisitivo.
Resultados expressivos desde a retomada do programa
Desde que foi retomado na atual gestão, o Minha Casa, Minha Vida voltou a ocupar papel central na política habitacional do país. De acordo com dados oficiais, mais de 1,2 milhão de unidades habitacionais já foram contratadas, com uma meta de 2 milhões até o final de 2026.
O relançamento do programa foi estruturado para contemplar uma diversidade de perfis, desde pessoas em situação de vulnerabilidade até trabalhadores formais com renda intermediária. Com a criação da Faixa 4, o governo espera alcançar um público que, até então, ficava à margem das políticas públicas de habitação.
Inclusão da classe média marca novo perfil do programa
A inclusão da classe média como beneficiária marca uma mudança significativa no perfil do Minha Casa, Minha Vida, que passa a contemplar um público mais amplo, sem perder seu caráter social. A medida reconhece as dificuldades enfrentadas por famílias que, embora tenham renda formal, lidam com altos custos de moradia nos grandes centros urbanos.
Imóveis de até R$ 500 mil, especialmente em capitais e regiões metropolitanas, tornam-se mais acessíveis com os incentivos propostos. O valor atende a realidades locais onde o mercado imobiliário tradicional é proibitivo para grande parte da população.
Imóveis maiores e melhor localizados entram no radar
Com o aumento do teto de financiamento, cresce também a expectativa de que imóveis com melhor infraestrutura, metragem maior e localização estratégica passem a integrar o escopo do programa. Isso representa um avanço não só em termos quantitativos, mas qualitativos, ao garantir que mais famílias possam residir em áreas com acesso a transporte, educação, saúde e emprego.
Além disso, a medida tende a impulsionar o setor da construção civil, especialmente nas faixas intermediárias do mercado, estimulando a geração de emprego e renda em um momento de retomada econômica.
Um novo patamar para o sonho da casa própria

A Faixa 4 representa uma evolução do Minha Casa, Minha Vida, ao ampliar seu alcance sem comprometer o apoio às camadas mais vulneráveis. Com foco na sustentabilidade financeira e na expansão do perfil de beneficiários, o programa se consolida como um dos pilares da política habitacional brasileira.
Ao equilibrar subsídio, crédito e acesso, o governo aposta em uma solução de longo prazo para enfrentar o déficit habitacional e proporcionar mais dignidade às famílias brasileiras. A nova faixa, portanto, é mais do que uma ampliação — é um marco de inclusão.
Com informações de: EXTRA