A segurança digital segue como um dos principais desafios do setor financeiro. Enquanto as fraudes com cartões de crédito e débito caíram 18% em 2024, os golpes envolvendo o Pix continuam crescendo e preocupam especialistas.
Um levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), por meio do Monitor de Fraudes, revelou que o índice de transações fraudulentas em cartões teve uma redução expressiva. Nos últimos dois anos, a queda foi de 33%, evidenciando o impacto das novas tecnologias de segurança no setor.
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Apesar dessa evolução positiva nos cartões, a mesma tendência não foi observada no sistema Pix. Segundo dados do Banco Central, o número de fraudes no Pix aumentou 275% nos últimos dois anos. Apenas em dezembro de 2024, para cada 100 mil transações, ocorreram:
- 4 fraudes em pagamentos com cartões;
- 15 fraudes em transações via Pix.
Esse cenário acendeu o alerta para a necessidade de reforçar as medidas de proteção contra golpes digitais.
Por que os golpes no Pix cresceram tanto?
A popularidade do Pix impulsionou o aumento das fraudes. O sistema de pagamento instantâneo se tornou o meio de transação mais utilizado no Brasil, movimentando trilhões de reais anualmente. No entanto, sua simplicidade e rapidez também abriram brechas para criminosos. Entre os golpes mais comuns no Pix, destacam-se:
1. Golpe da falsa central de atendimento
Criminosos entram em contato se passando por bancos e solicitam dados pessoais da vítima, alegando necessidade de atualização cadastral.
2. Golpe do falso comprovante
O fraudador envia um comprovante falso de pagamento e engana vendedores que liberam produtos sem conferir se o dinheiro entrou na conta.
3. Golpe da clonagem do WhatsApp
Golpistas se passam por amigos ou familiares pedindo dinheiro via Pix, convencendo as vítimas a fazer transferências urgentes.
A combinação da falta de proteção extra e da vulnerabilidade dos usuários fez com que essas práticas criminosas disparassem.
Como tornar o Pix mais seguro?
Diante desse aumento alarmante nos golpes, especialistas sugerem medidas para reforçar a segurança do sistema:
1. Integração do Pix com cartões de crédito
Uma das propostas debatidas no 18º Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento (CMEP) é permitir transações do Pix utilizando cartões de crédito. Com isso, haveria um nível extra de segurança nas transações.
2. Maior regulamentação e bloqueios preventivos
O Banco Central tem avaliado formas de aprimorar a identificação de transações suspeitas e realizar bloqueios preventivos para evitar fraudes.
3. Campanhas de conscientização
Educar os usuários sobre como identificar e evitar golpes no Pix pode ser uma estratégia eficaz para reduzir os casos de fraude.
Mercado de cartões continua crescendo
Mesmo com o avanço do Pix, os cartões de crédito e débito seguem como meios de pagamento preferidos por muitos brasileiros. Em 2024, o setor movimentou R$ 4,1 trilhões, um crescimento de 10,9% em relação ao ano anterior. Outros dados relevantes sobre o uso de cartões:
- 67% das compras presenciais são feitas por aproximação;
- 41% das compras no crédito são parceladas sem juros;
- 60% dos brasileiros preferem pagar sempre ou quase sempre com cartão.
Para 2025, a expectativa é de um crescimento entre 9% e 11%, impulsionado por avanços tecnológicos e maior adesão aos pagamentos digitais.
Páscoa 2025 deve movimentar R$ 5,3 bilhões em compras com cartão

O estudo da Abecs também destacou que a Páscoa de 2025 deve gerar uma movimentação financeira expressiva. O setor estima que os consumidores gastarão R$ 5,3 bilhões, um aumento de 26,8% em relação a 2024.
O levantamento aponta que 67% dos brasileiros pretendem comprar chocolates e outros produtos típicos da data, demonstrando o impacto da Páscoa no comércio nacional.
Conclusão
Enquanto as fraudes com cartões caíram, os golpes no Pix continuam aumentando, tornando a segurança digital um tema prioritário para 2025. O setor financeiro busca novas soluções, como a integração do Pix com cartões de crédito, para reduzir os riscos. Até lá, a melhor defesa continua sendo a conscientização dos usuários.
Imagem: Studio Romantic / shutterstock.com – Edição: Seu Crédito Digital