Uma grande mobilização nacional teve início no dia 14 de abril e segue até o dia 25: escolas públicas de todos os estados brasileiros estão sendo transformadas em centros estratégicos de vacinação. O objetivo da campanha é imunizar cerca de 30 milhões de estudantes menores de 15 anos diretamente no ambiente escolar — uma iniciativa histórica liderada pelos ministérios da Saúde e da Educação, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE).
Com a participação de 5.544 municípios, mais de 109 mil instituições de ensino se uniram à ação, que já é considerada a maior adesão desde a criação do programa, em 2007. A meta é ambiciosa: alcançar ao menos 90% de cobertura vacinal entre os alunos atendidos.
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Esforço conjunto para ampliar a cobertura vacinal

A estratégia foi planejada com base na dificuldade que muitas famílias enfrentam para levar crianças e adolescentes às unidades de saúde. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a escola é um espaço privilegiado para alcançar essa população.
“A escola representa uma grande oportunidade para vacinarmos esse público. Estamos falando de crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos — uma faixa etária que, muitas vezes, frequenta menos as unidades básicas de saúde. Não é tão comum que pais ou responsáveis os levem até lá. Por isso, aproveitar o espaço escolar não apenas para divulgar, mas também, quando necessário, para realizar a vacinação e promover a campanha é fundamental”, afirmou Padilha.
As vacinas aplicadas variam de acordo com a faixa etária, incluindo doses contra febre amarela, HPV, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), meningocócica ACWY e DTP (tríplice bacteriana). Para isso, as instituições estão contando com o apoio das equipes do Sistema Único de Saúde (SUS), que realizam a vacinação nas próprias escolas ou levam os alunos até Unidades Básicas de Saúde, mediante autorização dos responsáveis.
Cadernetas atualizadas e novas notificações
Durante a campanha, será realizada a verificação das cadernetas de vacinação dos estudantes, com o objetivo de identificar quais vacinas estão em dia e quais precisam ser atualizadas. Essa ação visa garantir que pais e responsáveis recebam orientações sobre a importância da imunização e estejam atentos aos prazos das doses.
A novidade é que, neste ano, as vacinas administradas nas escolas ou por encaminhamento escolar serão oficialmente registradas na plataforma do Ministério da Saúde sob a categoria “Vacinação Escolar”. Esse padrão facilitará o monitoramento dos resultados da campanha, permitindo maior precisão na avaliação dos dados.
Avanço histórico na promoção da saúde nas escolas
Desde 2022, o Programa Saúde na Escola tem ampliado sua presença no território nacional. Com a adesão em massa em 2024, cerca de 4,3 milhões de estudantes passaram a ter acesso regular às ações de promoção da saúde. Entre as 109,8 mil instituições participantes, mais de 53 mil atendem majoritariamente alunos do programa Bolsa Família, além de quase 4 mil escolas localizadas em territórios com presença quilombola e indígena.
As áreas com maior crescimento de ações no programa incluem saúde mental (com 77,68% de aumento), atividades físicas (73,61%), saúde bucal (67,01%) e verificação da vacinação (35,30%). Esses dados evidenciam uma evolução significativa na integração entre educação e saúde, promovendo o cuidado integral desde a infância.
Caderneta Digital: mais tecnologia e praticidade para os pais
Uma das grandes inovações paralelas à campanha de vacinação é o lançamento da Caderneta Digital de Saúde da Criança. Agora disponível no aplicativo Meu SUS Digital, o novo recurso facilita o acompanhamento da imunização infantil por parte dos pais e responsáveis.
Segundo Alexandre Padilha, a ferramenta resolve problemas antigos e oferece funcionalidades inéditas:
“São duas novidades que vêm com a caderneta digital, duas grandes vantagens para os pais. A primeira é o simples fato de ela existir: aquela situação em que o pai ou a mãe chega à unidade de saúde ou à escola e esquece a caderneta física, agora está resolvida — ela estará disponível no aplicativo. A outra é que a caderneta digital terá mensagens ativas, ou seja, vai enviar alertas para o responsável informando que chegou a hora de vacinar ou de tomar uma dose de reforço.”
A Caderneta Digital também fornece informações sobre crescimento, saúde bucal, histórico clínico e orientações educativas sobre temas como alimentação, amamentação, uso de eletrônicos e prevenção de acidentes.
Como acessar a Caderneta Digital

Para utilizar a versão digital da caderneta infantil, os responsáveis devem ter conta ativa no Gov.br, assim como a criança. Veja o passo a passo:
- Baixe o aplicativo Meu SUS Digital
Disponível gratuitamente na App Store (iOS), Google Play (Android) e na versão web. - Faça login com CPF e senha do Gov.br
- Acesse o miniapp “Caderneta da Criança”
- Adicione a criança
Informe o CPF e a senha Gov.br da criança, aceite o termo de responsabilidade e vincule ao seu perfil.
Após esses passos, todas as informações estarão disponíveis para consulta segura e prática via celular ou navegador.
Um passo firme para a saúde pública
Com essa união entre educação e saúde, o governo federal reforça a importância da imunização como política pública essencial. O uso do ambiente escolar como ponto estratégico para campanhas de vacinação representa uma solução inteligente para cobrir lacunas na cobertura vacinal e promover saúde com equidade.
Além disso, a digitalização das informações médicas infantis simboliza um avanço tecnológico alinhado às necessidades das famílias modernas, que agora podem acompanhar de forma ativa o bem-estar de seus filhos desde os primeiros anos de vida.