A veia empreendedora do brasileiro segue pulsando com força total. Nos três primeiros meses de 2025, o país alcançou um marco histórico: mais de 1,4 milhão de novos pequenos negócios foram registrados, número que reforça a relevância da atividade empreendedora na economia nacional. Os dados, divulgados pelo Sebrae, revelam que os Microempreendedores Individuais (MEIs) continuam a ser a principal força propulsora desse movimento, respondendo por 78% dos novos CNPJs gerados no período.
Esse avanço representa não apenas um índice recorde, mas também uma guinada significativa na formalização do trabalho e no fortalecimento da base econômica do país.
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A força dos MEIs: um motor da economia nacional

O crescimento de pequenos negócios no Brasil tem como pilar o aumento expressivo dos MEIs. De acordo com o levantamento, houve um crescimento de 35% no número de registros de MEIs em comparação ao mesmo período de 2024.
Esse resultado está diretamente ligado à combinação entre facilidade de abertura, custos reduzidos e apoio institucional, que tornaram o modelo de microempreendedor cada vez mais atrativo.
Ao mesmo tempo, micro e pequenas empresas também mostraram desempenho sólido, com alta de 28% nos registros. Essa tendência evidencia uma busca cada vez maior pela autonomia financeira, especialmente em um cenário em que o mercado de trabalho tradicional ainda apresenta instabilidades.
Medidas de apoio fortalecem o ambiente empreendedor
O cenário favorável para os pequenos negócios é impulsionado por políticas públicas que visam simplificar processos, incentivar a inovação e facilitar o acesso ao crédito. O governo federal tem promovido ações de desburocratização e fortalecimento do microcrédito, além de programas de capacitação técnica.
Essas iniciativas têm sido fundamentais para que milhares de brasileiros transformem ideias em empreendimentos sustentáveis, com impacto direto na geração de renda e empregos locais.
Serviços lideram a criação de novas empresas
Entre os setores mais dinâmicos, o de serviços se destacou como o principal responsável pelas novas aberturas, concentrando 63,7% do total de pequenos negócios registrados no primeiro trimestre de 2025. Na sequência, aparecem os setores de comércio e indústria da transformação, que também apresentaram crescimento robusto.
Esse cenário reflete o perfil do empreendedor brasileiro, que muitas vezes investe em atividades com baixo custo inicial e alta demanda local, como prestação de serviços, alimentação e comércio varejista.
Sudeste e Sul lideram a corrida empreendedora
O levantamento do Sebrae também traça um mapa da distribuição regional dos novos negócios. As regiões Sudeste, Sul e Nordeste lideram os índices de abertura acumulada, com destaque para os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Esses dados revelam que, apesar da concentração nas regiões mais desenvolvidas, há uma expansão progressiva da cultura empreendedora por todo o território nacional, incluindo áreas historicamente menos industrializadas.
Brasil sobe no ranking global de empreendedores estabelecidos
Outro dado revelador do levantamento diz respeito ao aumento da Taxa de Empreendedores Estabelecidos, ou seja, aqueles com mais de três anos à frente de um negócio. Esse indicador subiu de 8,7% em 2020 para 13,2% em 2024, consolidando a maturidade do ecossistema empreendedor nacional.
Com esse avanço, o Brasil passou da oitava para a sexta posição no ranking mundial de empreendedores estabelecidos, superando economias como Reino Unido, Itália e Estados Unidos. A elevação no índice mostra não apenas a quantidade, mas a qualidade e a longevidade dos negócios criados no país.
O perfil do novo empreendedor brasileiro
A nova onda empreendedora no Brasil tem características distintas. Muitos dos novos empreendedores não buscam apenas uma renda extra, mas sim construir uma carreira baseada na autonomia, com propósitos mais claros e planejamento mais estratégico.
A diversidade de perfis também chama a atenção: mulheres, jovens, pessoas com mais de 50 anos e até mesmo indivíduos com escolaridade básica têm se inserido no ecossistema empresarial. A democratização das ferramentas digitais, o acesso a cursos online e o fortalecimento das redes de apoio contribuem para essa inclusão cada vez mais ampla.
Desafios que permanecem

Apesar dos avanços, o caminho do empreendedorismo ainda exige atenção. Alta carga tributária, burocracia excessiva e insegurança econômica seguem como entraves que impactam a sobrevivência dos negócios, principalmente nos primeiros anos de atividade.
Além disso, o acesso ao crédito, embora tenha avançado, ainda é limitado para uma parcela significativa de empreendedores, que enfrentam exigências bancárias rigorosas e taxas de juros elevadas.
O que esperar dos próximos meses
Com um primeiro trimestre marcado por números positivos, a expectativa é de que 2025 mantenha o ritmo de crescimento. A continuidade das políticas de incentivo, somada à resiliência do empreendedor brasileiro, pode consolidar ainda mais esse movimento e posicionar o país como uma das principais potências de micro e pequenos negócios do mundo.
O empreendedorismo, mais do que uma alternativa de renda, tornou-se protagonista da transformação econômica e social brasileira.