Num esforço conjunto entre os governos municipal e federal, a comunidade da Mangueira, uma das mais emblemáticas do Rio de Janeiro, será palco de uma importante transformação habitacional. Por meio do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), serão construídas novas unidades residenciais destinadas a famílias de baixa renda, com foco na promoção da dignidade e da qualidade de vida.
O anúncio da retomada das obras, feito no dia 22 de abril, marca uma nova etapa do programa na Faixa I — destinada a famílias com renda mensal de até R$ 2.850. Com dois novos empreendimentos, batizados de Visconde II e III, cerca de mil moradores da Mangueira serão beneficiados.
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Novos lares para famílias da Faixa I

As 328 unidades habitacionais que serão construídas contarão com 44 metros quadrados, divididos entre sala, dois quartos, cozinha, banheiro, varanda e área de serviço. Os imóveis serão erguidos em terrenos que antes pertenciam ao Ministério da Fazenda, localizados na Rua Visconde de Niterói.
O prefeito Eduardo Paes destacou a relevância social e simbólica da iniciativa:
“A Mangueira é um território simbólico do Rio e enfrenta muitos desafios. Esta obra representa dignidade para quem mais precisa e estava em situação de vulnerabilidade.”
Diego Zeidan, secretário municipal de Habitação, também reforçou a importância da ação como instrumento de justiça social:
“Com essas novas unidades, damos um passo importante na redução do déficit habitacional e na promoção do direito à moradia.”
Mais que moradia: urbanização e saúde para comunidades
Além da construção das moradias na Mangueira, a Prefeitura do Rio também anunciou novos investimentos em infraestrutura urbana e saúde pública em outras regiões da cidade, com apoio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).
Obras de urbanização em Vigário Geral
A segunda fase do programa Morar Carioca foi lançada nas comunidades Bairro Proletário do Dique e Parque Furquim Mendes, ambas em Vigário Geral, na zona norte. As intervenções incluem:
- Pavimentação de ruas;
- Saneamento básico;
- Drenagem pluvial;
- Construção de áreas de lazer e convivência.
Essas melhorias visam combater os efeitos da desigualdade urbana e garantir mais qualidade de vida aos moradores.
Clínicas da família em Jacarepaguá
Na zona oeste, a atenção à saúde também foi ampliada. Estão em andamento as obras de duas novas clínicas da família nos bairros de Camorim e Taquara. Com investimento de R$ 14,4 milhões, as unidades terão capacidade para atender até 62 mil pessoas com serviços de atenção primária.
Cada clínica contará com:
- Consultórios médicos e odontológicos;
- Salas para exames, vacinação e curativos;
- Atendimento pré-natal;
- Equipes multidisciplinares, compostas por médicos, enfermeiros e agentes comunitários.
A previsão de entrega das unidades é abril de 2026.
Minha Casa, Minha Vida: um novo ciclo
O Minha Casa, Minha Vida foi relançado com mudanças estratégicas para garantir a retomada da construção de moradias populares, especialmente para famílias com menor renda. A Faixa I é o foco principal, com subsídios mais altos e prioridade para famílias em situação de vulnerabilidade.
As moradias previstas para a Mangueira refletem esse novo direcionamento: foco em regiões centrais ou com acesso a transporte, com infraestrutura básica garantida e maior proximidade de serviços públicos, como escolas e postos de saúde.
Combate ao déficit habitacional
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o déficit habitacional no Brasil ultrapassa os 5,8 milhões de moradias. Só no Rio de Janeiro, mais de 300 mil famílias vivem em situação precária ou em domicílios inadequados.
Iniciativas como as da Mangueira, somadas aos projetos em urbanização e saúde, mostram um modelo integrado de desenvolvimento urbano que vai além da construção de casas. O objetivo é construir cidadania.
A importância de integrar políticas públicas
O sucesso dessas iniciativas depende da articulação entre diferentes esferas do poder público e da participação ativa das comunidades beneficiadas. As obras na Mangueira são exemplo de como programas de habitação, saúde e infraestrutura podem caminhar juntos para transformar realidades locais.
Ao integrar ações de moradia com investimentos em saneamento e saúde, cria-se um ambiente mais propício ao desenvolvimento humano. Assim, o MCMV cumpre seu papel para além da construção civil: ele se torna um vetor de inclusão social.
Conclusão: mais que tijolos, cidadania

A retomada do Minha Casa, Minha Vida na comunidade da Mangueira representa mais que um conjunto de obras: é a reafirmação do direito à moradia digna como política pública fundamental. Aliando investimentos em habitação, infraestrutura urbana e saúde, o Rio dá um passo importante na construção de uma cidade mais justa e inclusiva.
Para os moradores contemplados, trata-se de um recomeço — a possibilidade de viver com dignidade em um espaço adequado, seguro e com acesso aos serviços essenciais. Uma resposta concreta às necessidades de quem, por muito tempo, esteve à margem do planejamento urbano.
Com informações de: EXTRA