O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que tem sido um pilar importante para a democratização da moradia no Brasil, passou por importantes mudanças em 2025. As novas regras visam aumentar o número de pessoas contempladas pelo programa e adaptar as condições de financiamento às diversas realidades econômicas do país. Entre as principais inovações, destaca-se a criação de uma nova faixa de renda, a Faixa 4, e a inclusão de pessoas em situação de rua como beneficiários. O objetivo é ampliar o acesso à casa própria para uma gama maior de cidadãos, incluindo aqueles em situação de vulnerabilidade e as famílias de classe média.
O que é o programa Minha Casa, Minha Vida?
O programa Minha Casa, Minha Vida foi criado em 2009 pelo Governo Federal com o objetivo de reduzir o déficit habitacional no Brasil, oferecendo condições facilitadas para a aquisição da casa própria. Inicialmente, o programa atendia famílias com renda de até R$ 1.800 mensais, mas ao longo dos anos, houve uma adaptação para incluir outras faixas de renda, criando diferentes modalidades de financiamento e subsídios.
Com as novas regras de 2025, o programa passou a contemplar famílias com renda de até R$ 12 mil mensais, além de oferecer uma série de facilidades para as pessoas que mais necessitam, como aquelas que estão em situação de rua. Essas mudanças refletem uma tentativa do governo em expandir a abrangência do programa e atender a um número maior de pessoas, em um momento de crescente necessidade habitacional no país.
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Inclusão de pessoas em situação de rua
Uma das mudanças mais notáveis do programa Minha Casa, Minha Vida em 2025 é a inclusão de pessoas em situação de rua entre os beneficiários. Em uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e o Ministério dos Direitos Humanos, o programa passou a destinar 3% das unidades habitacionais para este público.
Inicialmente, a meta é entregar cerca de mil imóveis em 38 municípios, incluindo todas as capitais. A seleção será feita por meio das redes de assistência social e, além das pessoas em situação de rua, o programa dará prioridade a mulheres, gestantes, pessoas trans, idosos, pessoas com deficiência, crianças e adolescentes.
Esse movimento tem como objetivo não só fornecer um lar para quem está em situação de extrema vulnerabilidade, mas também garantir a inclusão social dessas pessoas, oferecendo suporte para que consigam se estabilizar e integrar-se à sociedade de maneira digna. Para isso, será realizado acompanhamento social antes e após a mudança, oferecendo apoio psicológico, programas de saúde e outros serviços essenciais.
Mudanças nas faixas de renda
Em 2025, o programa passou a contar com quatro faixas de renda, ampliando consideravelmente o número de pessoas que podem se beneficiar do programa. Essas faixas são divididas da seguinte forma:
Faixa 1
- Renda familiar: até R$ 2.850 por mês
- Subsídio: até 95% do valor do imóvel
- Taxa de juros: reduzida
- Público-alvo: famílias em situação de vulnerabilidade social
Esta faixa continua sendo a principal para as famílias mais carentes, oferecendo o maior subsídio e condições facilitadas de financiamento.
Faixa 2
- Renda familiar: de R$ 2.850,01 a R$ 4.700 por mês
- Subsídio: até R$ 55 mil
- Taxa de juros: reduzida
- Público-alvo: famílias com um pouco mais de recursos, mas que ainda necessitam de apoio
A Faixa 2 é destinada a famílias de classe baixa que, apesar de não estarem em situação de extrema vulnerabilidade, ainda necessitam de subsídios para adquirir sua moradia.
Faixa 3
- Renda familiar: de R$ 4.700,01 a R$ 8.600 por mês
- Subsídio: não há
- Taxa de juros: condições facilitadas de financiamento
- Público-alvo: famílias de classe média baixa
Essa faixa foi criada para atender a uma camada maior da população, permitindo que pessoas com rendimentos superiores à Faixa 2 possam também ter acesso a condições de financiamento mais vantajosas.
Faixa 4
- Renda familiar: de R$ 8.600,01 a R$ 12.000 por mês
- Subsídio: não há
- Taxa de juros: 10,5% ao ano
- Público-alvo: famílias de classe média
A Faixa 4 foi uma das grandes novidades do programa em 2025, atendendo famílias que antes ficavam de fora do MCMV devido aos requisitos de renda. Essa faixa não oferece subsídios, mas as condições de financiamento ainda são mais vantajosas do que as do mercado tradicional.

Condições de financiamento
O financiamento do Minha Casa, Minha Vida é adaptado conforme a faixa de renda do beneficiário. Para as faixas 1, 2 e 3, o governo oferece subsídios que podem cobrir parte do valor do imóvel, tornando o crédito mais acessível. Já na Faixa 4, embora não haja subsídios, o financiamento continua sendo mais vantajoso em relação ao crédito oferecido pelas instituições financeiras.
Os prazos para pagamento também variam, com a possibilidade de até 35 anos para a quitação do imóvel, dependendo da faixa de renda. A taxa de juros, que na Faixa 1 é de apenas 5% ao ano, vai aumentando conforme a faixa de renda. Na Faixa 4, a taxa é de 10,5% ao ano.
Outro ponto importante é o uso do FGTS. O saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço pode ser utilizado tanto para dar entrada no financiamento quanto para abater o saldo devedor do imóvel, o que facilita ainda mais o acesso à casa própria.
Como participar
Para se inscrever no programa Minha Casa, Minha Vida, é necessário estar inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). O processo de inscrição é simples e pode ser feito nas prefeituras municipais ou em entidades organizadoras credenciadas. Após a inscrição, os interessados devem aguardar a abertura de novos ciclos de seleção e os editais de lançamento, que informam os critérios e prazos para cada faixa de renda.
É importante ressaltar que, embora a inscrição no CadÚnico seja uma etapa crucial, a participação no programa não garante que a pessoa será contemplada. O programa realiza a seleção dos beneficiários com base em uma série de critérios, incluindo a ordem de inscrição e a análise de crédito.