O futuro dos pagamentos online está prestes a mudar radicalmente — e o Brasil pode ser o primeiro país a vivenciá-lo. Em um anúncio feito durante o Web Summit, evento de inovação realizado no Rio de Janeiro, a Mastercard revelou seu plano global de eliminar o uso de senhas em transações online até 2030.
O objetivo? Tornar todas as compras virtuais mais simples, rápidas e seguras. Sendo assim, acompanhe a leitura deste artigo abaixo para entender melhor a proposta da Mastercard.
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Entenda a proposta da Mastercard: senha não será mais necessária
Tokenização e biometria substituem métodos tradicionais
Segundo Leonardo Linares, vice-presidente de Produtos e Serviços da Mastercard, o plano é que 100% das transações de e-commerce utilizem tokenização e biometria como formas de autenticação. Isso significa que, no lugar de digitar senhas ou dados do cartão, o consumidor poderá autorizar compras com a impressão digital, reconhecimento facial ou até leitura da íris.
“Tudo vai se materializar em um clique”, garantiu o executivo durante sua apresentação no evento.
O que é a tokenização?
A tokenização é uma tecnologia que substitui os dados sensíveis do cartão por um código criptografado — o chamado token. Esse código é único para cada transação e armazena as informações de forma segura, sem que os dados reais do cartão “passem” pelo sistema do e-commerce.
Como funciona na prática:
- O usuário cadastra seu cartão em uma plataforma de pagamento como o Click to Pay.
- Ao realizar a compra, o sistema reconhece o dispositivo e o comprador.
- O pagamento é autorizado por biometria, sem necessidade de senha.
- O token é utilizado como intermediário entre o e-commerce e o banco emissor.
Brasil na vanguarda da inovação digital
Meta de 2030 pode ser antecipada por aqui
A Mastercard acredita que o Brasil será o primeiro país a atingir a meta de zerar o uso de senhas nas compras online, devido à familiaridade do brasileiro com a tecnologia e à rápida digitalização do comércio eletrônico.
Além disso, o uso de pagamentos por aproximação e reconhecimento facial em bancos e carteiras digitais já é comum no país, o que facilita a transição.
“A gente quer antecipar a meta global aqui, com o Brasil sendo um país pioneiro”, afirmou Linares.
Click to Pay: o novo padrão de pagamento
Finalização de compras em um clique
A principal ferramenta da Mastercard para concretizar essa mudança é a solução Click to Pay. Com ela, o consumidor não precisa preencher formulários nem digitar senhas. O cartão já está registrado e pronto para ser usado.
Vantagens do Click to Pay:
- Autenticação rápida com biometria
- Maior segurança com tokenização
- Experiência de compra fluida
- Sem necessidade de criar conta no site do vendedor
Benefícios da nova tecnologia para o consumidor
1. Mais segurança
Em caso de vazamento de dados, não é o número real do cartão que é exposto, mas sim o token. Caso necessário, o token pode ser facilmente substituído sem afetar os dados bancários do cliente.
2. Menos fricção
Sem senhas, códigos ou múltiplos cliques, a jornada de compra se torna rápida e fluida — o que reduz o abandono de carrinho e melhora a experiência do usuário.
3. Experiência integrada
A proposta da Mastercard é que as transações sejam tão naturais quanto pagar com aproximação em lojas físicas.
“Você aluga um carro e sai rodando, enquanto o pagamento acontece e você nem percebe. É isso que chamamos de experiência integrada e sem fricção”, destacou Linares.
Como as lojas virtuais serão afetadas?
Adoção da tecnologia será essencial
As empresas de e-commerce precisarão integrar tecnologias como o Click to Pay, adaptar seus sistemas para a tokenização e garantir a compatibilidade com leitores biométricos dos dispositivos dos consumidores.
A Mastercard já oferece suporte e ferramentas para essa transição e afirma que a mudança trará redução de fraudes e melhor conversão de vendas.
Futuro do e-commerce e os próximos passos
Tendência global entre grandes operadoras
Outras bandeiras de cartões, como Visa e Elo, também estudam adotar modelos semelhantes. A tendência é que, até o final da década, as senhas deixem de existir como método de autenticação no e-commerce global.
Adesão voluntária, mas inevitável
Embora inicialmente opcional, especialistas apontam que a adesão à nova tecnologia será praticamente obrigatória, considerando as vantagens competitivas e os novos padrões de segurança exigidos pelo mercado.
Imagem: Canva
